1) O aeroporto de Lisboa é só para servir a área metropolitana?
Não. O aeroporto de Lisboa é de âmbito nacional por disponibilizar ligações que só ele tem no território nacional.
Hub Alverca – Portela: Maior massa crítica (infraestrutura una) capta um superior número de conexões o que, por sua vez, aumenta a massa crítica num virtuoso círculo de crescimento de que o país beneficia.
2) A plataforma de Lisboa é um aeroporto ponto-a-ponto ou é um HUB?
É um HUB mas vocacionado, tendo por alvo ser rótula entre os voos intercontinentais dos países de expressão portuguesa / EUA e os voos regionais europeus mas, também, preparado para receber voos longo-curso da Ásia e costa leste americana.
Hub Alverca – Portela: HUB com par de pistas 3.700 m, capacidade 450.000 movimentos ano & 55-60 milhões de passageiros.
3) Há algum HUB europeu além de Lisboa que ainda seja dentro da cidade?
Não. Após “downsizing” do hub Ataturk (Istambul) no final de 2018, com o respetivo desvio do tráfego longo-curso / transferência para o novo aeroporto fora da cidade, Lisboa passou a ser o último hub europeu dentro da cidade.
Hub Alverca – Portela: ” Downsizing” Portela, passando a médio-curso com limitação do nº de movimentos ano e dia.
4) Uma só pista é adequada a um HUB?
Não. Nenhum hub europeu tem uma só pista.
Hub Alverca – Portela: 3 Pistas operacionais, começando com 2 paralelas (de 3.700 m) + 1 de recurso (3.100 m).
5) Porque tem o aeroporto de Lisboa uma pista “cross wind”?
As aeronaves devem aterrar e levantar contra o vento. Na região de Lisboa a orientação dos ventos dominantes na época do Verão (o período de maior movimento aéreo) faz um ângulo à volta de 35º em relação à pista em uso, razão pela qual o aeroporto de Lisboa tem desde a origem a pista 17-35.
A pista 17-35 é, também, a pista de recurso em caso de impossibilidade da pista em uso (rebentamento de pneu, …..).
Hub Alverca – Portela: Mantém pista 17-35 (4ª Pista do HUB) que será a pista “cross wind” do HUB.
6) Os HUBs europeus eliminam a sua pista “cross wind” para ganhar espaço?
Não. Onde foi necessário aumentar a infraestrutura e existia pista “cross wind”, ela manteve-se (i) Amesterdão após várias ampliações tem hoje 6 pistas em 3 direções (ii) Barcelona fez segunda pista paralela e manteve a pista “cross wind” (iii) Em Dublin está em curso a construção da segunda pista paralela, que manterá a pista “cross wind”.
Hub Alverca – Portela: Desviar longo-curso da Portela permite manter a pista “cross wind” (Alverca 800 ha + Portela 400 ha).
7) Porque tem Lisboa de aumentar número de pistas quando há aeroportos com mais passageiros que têm apenas uma pista?
O relevante é o número de movimentos (levantar e aterrar) que depende do nº médio de passageiros transportados por voo. A média em Lisboa ronda 130 passageiros e pouco irá alterar, enquanto no Dubai, a base da companhia Emirates com mais de uma centena de Airbus A 380, o mesmo volume de passageiros significa menos 50% de movimentos.
O determinante no dimensionamento é o tráfego na “ponta” que, no Verão, terá dias em que pode ultrapassar 1.000 voos.
Hub Alverca – Portela: 55 Milhões de passageiros ► 420.000 movimentos ano → Mínimo 2 pistas com potencial 3ª pista.
8) Porque é que os atrasos dos aviões são mais graves nos HUB?
Porque abrange passageiros em transferência, podendo significar a perda do voo para o destino final e ter de esperar muito tempo por outro (no aeroporto no ponto-a-ponto o atraso circunscreve-se ao próprio voo).
Hub Alverca – Portela: Redução de atrasos ao mínimo possível por ter 4 pistas em dois interligados núcleos.
9) Porque é que os desvios de aviões para outros aeroportos são mais penalizantes no caso da Portela?
Porque Lisboa só tem 1 pista de grande dimensão (a da Portela com 3.700 m) e a única alternativa pista nacional (comercial) com mais de 3.000 m está a cerca de 300 km (Porto). No Verão, como ambos os aeroportos estão saturados, os aviões podem ter de seguir para Sevilha ou Madrid.
É por essa razão que quando o Estado anteriormente avaliou a hipótese de solução dual comparativamente a aeroporto de raiz com duas pistas paralelas (C.T. Alcochete), impôs como condição que o segundo aeroporto tivesse duas pistas, em que pelo menos uma delas fosse igual ou superior a 3.200 m.
Hub Alverca – Portela: Cada um dos núcleos tem uma pista de 3.700 m e uma 2ª pista de recurso.
10) Porque é ambientalmente preferível que um aeroporto se localize na margem Norte?
Porque mais de 90 % das deslocações aéreas (nacionais e turistas) têm como origem-destino a margem norte.
Hub Alverca – Portela: Possibilidade de integrar 2 plataformas por trem-automático sem mega ponte Chelas-Barreiro.
11) Porque é importante para destino turístico short break ter rápida/barata ligação ao centro?
Os destinos turísticos concorrem entre si na atração de turistas de curtas-estadias em que “preço” e “tempo” são decisivos.
Hub Alverca – Portela: Estar a 6 km do centro + Ter «metro + Express + Suburbano» e na rodovia não ter portagem → Mais competitivo que os diretos concorrentes (Madrid e Barcelona).
12) Porque é que as ligações dos aeroportos ao centro costumam ser ferroviárias?
Por segurança no tempo de percurso, rapidez, conforto e impacte ambiental (menor emissão de gases nocivos por passageiro). Se a distância entre aeroporto e centro for superior a 15-20 Km já há conveniência em ligações Express.
O primeiro aeroporto de Paris (CDG) tem suburbano e nacional, mas considera estratégico para ser competitivo ter conexão Express ao centro (como Londres, …) e, para a ter, vai investir cerca de 1.700 M€ para tempo de percurso de +/- 20 minutos.
Hub Alverca – Portela: Aeroporto com mais-valia de 3 entradas ferroviárias e acesso ao centro por Metro + Express (aproveita infraestrutura existente) eleva Lisboa ao nível dos hubs de 1ª grandeza (Londres, Paris, …)
13) Porque que é que a acessibilidade rodoviária a um aeroporto deve ser redundante?
Uma rodovia está sujeita a frequentes cortes de trânsito devido a acidentes, que podem causar gigantescos engarrafamentos, o que leva a que na ligação de um aeroporto ao centro deva haver, pelo menos, duas possibilidades.
É uma das razões da conveniência da ponte Chelas-Barreiro para um aeroporto na margem sul, pois, mesmo que seja sabido que o trânsito na ponte V. Gama está parado por causa de acidente, acaba por não haver alternativa dado a travessia 25 de Abril estar a mais de 40 km e, normalmente, estar mais congestionada.
Hub Alverca – Portela: Densa rede para Lisboa e Cascais-Sintra → Nacionais + Autoestradas + Circulares (CRIL e CREL).
14) Porque é que uma infraestrutura aeroportuária tem de ser pensada a muito longo-prazo?
Encontrar perto da cidade a vastidão da área funcional requerida por um grande aeroporto, com destaque para o sistema de longas pistas de ≈ 5 km prolongado por uma desimpedida aproximação aérea superior a uma dezena de km, não é tarefa fácil no caso de vastas áreas metropolitanas.
A reserva de alargada área na envolvente é da maior importância logo na nascença do aeroporto e é fator crítico no prolongamento da vida-útil. Em muitos casos a solução teve de ser sobre água, com a vantagem de não ter custo de aquisição e aproximações sem sobrevoar população a baixa altitude.
Hub Alverca – Portela: Área conjunta de 1.200 ha + Área de reserva no núcleo de Alverca (encostado ao plano de água).
15) Ser aeroporto-base de uma companhia aérea acarreta necessidades adicionais?
Sim, nomeadamente se essa companhia área tiver como atividade nuclear a transferência, concentrando no aeroporto toda a sua operação incluindo a manutenção da frota (que pode estender a terceiros), necessitando por isso de vasta área + reserva (ao contrário das companhias low cost, cada uma tendo várias bases de reduzida dimensão).
Hub Alverca – Portela: “Downsizing” operacional Portela liberta espaço para crescimento TAP (como Turkish em Istambul).
16) E a componente carga irá manter no futuro a sua relevância no negócio aéreo?
Sim, e a tendência é crescer devido ao incremento de compras online cujo modo preferencial de transporte é o aéreo.
Hub Alverca – Portela: Alverca é o centro do principal núcleo logístico nacional. A infraestrutura incluirá um Terminal de Carga e estará interligada à vizinha plataforma logística de Castanheira (100 ha disponíveis).
17) Como poderá o “cluster” aeronáutico nacional beneficiar com a ampliação aeroportuária?
O setor aeronáutico é de alta tecnologia e necessita de espaço para crescer. TAP Enginnering + OGMA + Embraer Évora são os principais atores e a interligação entre eles e ao mundo é um requisito básico de crescimento.
Hub Alverca – Portela: Ter os 3 núcleos interligados por ferrovia e criar uma plataforma giratória de grande capacidade (pista 3.700 m com 90 m de largura) para os maiores aviões de carga mundiais, potenciará o negócio OGMA.
18) Como se paga o investimento num aeroporto?
Os grandes aeroportos internacionais são empreendimentos estruturantes que geram uma riqueza indireta e colateral para o país várias vezes superior às suas receitas diretas (taxas sobre os serviços). Por tal razão, mas não só, os aeroportos costumam ser investimentos públicos que, mais tarde, poderão ou não passar à gestão privada.
- i) Aeroportos de raiz → São de demorada implementação e envolvem avultados investimentos que, usualmente, não conseguem recuperar na íntegra sob a forma de taxas pela consequente perda de competitividade face à concorrência.
- ii) Somar-aumentar aeroportos existentes → Por um lado a implementação será francamente mais rápida e, por outro, o investimento em relação a um aeroporto de raiz poderá ser na ordem de três-quatro vezes inferior o que, em princípio, já possibilitará o retorno do investimento exclusivamente à custa de taxas.
Hub Alverca – Portela: Ser integrada plataforma sem distinção de taxas aeroportuárias proporciona um substancial aumento de receitas, assim proporcionando o mais competitivo nível de taxas face às restantes hipóteses.
19) E porque é tão importante a Avaliação Ambiental Estratégica?
Os aeroportos são projetos de longo-prazo (Portela vem desde os anos 40) com um impacto socioeconómico que se espalha por uma vasta região ou mesmo todo o país se for de âmbito nacional. O seu impacto vai muito para além da vertente ambiental, pois irá mexer com as políticas nacionais de transporte, ordenamento do território,…. E, por isso a legislação considera que um aeroporto justifica um abrangente estudo, nomeadamente integrando comparativo com alternativas.
Hub Alverca – Portela: Avaliação Ambiental Estratégica (preliminar):
- 1º Classificado: «HUB Alverca-Portela» 1.568
- 2º Classificado: «HUB C.T. Alcochete» 1.060
- 3º Classificado: «Portela + Montijo» 658