A colossal diferença do volume de trabalhos e o impacto ambiental entre o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e a solução “HUB Alverca longo-curso / Portela médio-curso”
O aeroporto em Alcochete carece de uma medida intercalar na base aérea no Montijo, pelo facto de demorar pelo menos uma dezena de anos a entrar em funcionamento. Este motivo obriga a mudanças operacionais (nesta e noutras bases aéreas), a reformular o canal de navegação dos barcos da ligação a Lisboa e proteger as margens do estuário da erosão da ondulação, e ainda a aumentar o sistema de pista mais de 500 m sobre sapal. Adicionalmente, a excepcional dimensão do aeroporto de raiz no Campo de Tiro de Alcochete com uma plataforma de mais de 2.000 hectares aumenta os problemas da intervenção, obrigando a cortar alguns milhares de árvores e a encontrar outro local para um campo de tiro de dimensão similar (de desconhecido impacto), havendo necessidade de se eliminar uma barragem/desviar uma ribeira/ construir quatro canais e bacias de sedimentação e movimentar 30 milhões de m3 de terras. Esta é uma intervenção de amplitude extraordinária que soma ainda outro projeto de singular impacto, a ponte rodoferroviária Chelas-Barreiro, e ainda mais 55 quilómetros de ferrovia.
Já no caso da solução “HUB Alverca longo-curso / Portela médio-curso”, a intervenção resume-se apenas a sobrelevar uma ponta do afastado mouchão (sem qualquer alteração da hidrodinâmica local), fazer três curtos viadutos (800 m no total) e 14 km de ferrovia. Tão exígua intervenção deve-se ao facto da base aérea se encontrar na margem norte e não ser operacional e se rentabilizar o uso de edificações, as pistas, a TAP Engineering e OGMA, a ferrovia (metro e linha do Norte) e os existentes hotéis e núcleo logístico-industrial, armazéns subaproveitados e a plataforma logística desocupada de V.F. Xira para dar forma a “cidade-aeroportuária”.
A decisão de avançar com “HUB Alverca longo-curso/Portela médio curso” pode ser tomada até final de 2018
Esta solução é de grande simplicidade conceptual, tem um positivo impacto a nível nacional e representa, para os muitos habitantes que seriam afetados diariamente em Lisboa-Loures-Barreiro pela solução “provisória-definitiva” da concessionária, um assinalável aumento de segurança e bem-estar, já que 8 a 9 milhões de operações de chegada e saída de aeronaves seriam transferidas para um alinhamento seguro sobre plano de água e com ruído afastado razoavelmente da população.
O facto da proposta “HUB Alverca longo-curso/Portela médio curso” ter sido apresentada já há mais de um ano à concessionária e às entidades públicas competentes para avaliação e comparação com a proposta do Montijo, permite que uma decisão possa ser tomada rapidamente, recuperando o tempo perdido.
Em Alverca o primeiro aumento de capacidade aeroportuária Lisboa poderia ser realizado já no 1º trimestre de 2020
A Portela tem “capacidade-aérea” disponível mas “capacidade-solo” esgotada por causa do déficit de infraestrutura (apenas um taxiway que corta pista principal) e pela gritante falta de Stands-aviões. De acordo com a nossa proposta, Alverca forneceria os Stands que faltam à Portela e beneficiaria da gestão comum das duas infraestruturas para preencher a disponibilidade aérea em aberto, encaixando 25.000 mov/ano (3-3,5 milhões de passageiros), o que seria suficiente para absorver o crescimento de Lisboa em 2 anos, enquanto se termina a construção da nova pista.
Para antecipar o mais possível a entrada em funcionamento de “Hub Alverca longo-curso / Portela médio-curso” o foco numa primeira fase consistiria fundamentalmente em beneficiar a infraestrutura que já existe em Alverca (sem reflexo ambiental), ficando o terminal com dimensão similar ao do aeroporto de Beja (edifício 4.500 m2 /14 Stands / 900 lugares estacionamento). A obra poderia avançar rapidamente por ser financiada pela concessionária.
É deste modo possível a rápida entrada em funcionamento da primeira fase no final do 1º trimestre de 2020 dada a qualificada plataforma disponível e a excelente acessibilidade rodoferroviária existente, em Alverca, nomeadamente:
- A pista com 2.500m que está em operação para OGMA (torre Controlo, Bombeiros, …);
- Os armazéns que podem ser aproveitados (têm uma área de 40.000 m2);
- A manutenção de aviões que pode ser assegurada por OGMA;
- O abastecimento de jet fuel pode ser efectuado por comboio e/ou barco;
- A estação ferroviária com suburbano-2 pisos de elevada capacidade de transporte;
- A estação de camionagem junto à estação ferroviária;
- Disponibilidade de grande área de estacionamento automóvel;
- O atual acesso a Lisboa sem portagem.
Com Alverca já operando com voos comerciais low cost prosseguiria em paralelo o avanço da segunda fase que consistiria essencialmente na construção da nova pista 03-21 independente que per si faria 48 mov/h e poderia começar a operar no final de 2020.
É necessário uma tradicional retenção ribeirinha e apenas consolidar a plataforma da pista 3.700 m, na qual se considera metodologia GEC (Geotextile Encased Columns), curiosamente também aplicada em Hamburgo no caso de terreno conquistado ao rio Elba para construção da mega fábrica Airbus (5 x OGMA) sobre solos muito moles.
Fábrica Airbus em Hamburgo
Admite-se até Maio-Junho 2019 para o processo de Avaliação Ambiental Estratégica, iniciando-se em Julho 2019 a construção de “retenção + aterro consolidado + pista ” que seria concluído até Dezembro de 2020, subindo então a capacidade de Alverca de 3-3,5 milhões para 7 milhões de passageiros low cost, o que daria resposta ao crescimento de tráfego até final de 2022.
No final de 2022 o “HUB Alverca longo-curso-Portela médio-curso” poderia começar a operar em plena capacidade
O layout / conceção geral seria decidido até Março-Abril de 2019, seguido da respetiva elaboração de projeto. Os trabalhos das novas instalações em Alverca – que se concentram na desocupada área entre a pista existente e a Linha do Norte – arrancariam também em Julho 2019, entrando em operação o Terminal full service em Janeiro de 2023, passando então o longo-curso/transferência para Alverca, alcançando o “HUB Alverca longo-curso / Portela médio-curso” nessa altura uma capacidade global de 45 milhões de passageiros, que iria posteriormente aumentando à medida das necessidades.
A infraestrutura entre Alverca e Portela para o comboio automático (estrutura elevada, apenas com um troço em túnel na chegada à Portela), entraria em funcionamento em 2023, sendo ainda aproveitada para implantar um oleoduto. Este oleoduto irá permitir substituir o abastecimento de jet fuel por camião até à Portela (viagens ida-e-volta de milhões de quilómetros), por uma trasfega do combustível em Alverca, e consequente entrega por oleoduto na Portela, com expressiva melhoria ambiental.