O porquê de, no passado, a decisão ter sido um só aeroporto na margem sul para atender às necessidades de aumento de capacidade do aeroporto de Lisboa:
Estudo de viabilidade de solução “Portela +1” – NAER (2007)
O estudo NAER sobre a viabilidade da solução “Portela + 1” apresentado na Assembleia da República em Junho de 2007 desaconselhou a operação simultânea de duas infraestruturas, por conflitos na gestão aérea e dificuldade na distribuição de tráfego entre aeroportos.
Este estudo indicou que, na hipótese de duas infraestruturas desligadas, a primordial condição para suprir com segurança as necessidades de capacidade/ operacionalidade de Lisboa era o aeródromo complementar ter 2 pistas, uma delas com mais de 3.200 metros.
O estudo NAER concluí que “Portela + 1” com as pistas existentes quer em Alverca (04-22), quer no Montijo (01-19 e 08-26), não preenchia as carências de Lisboa devido a:
- Alverca ter apenas uma pista de orientação 04-22 que praticamente não acrescentava movimentos à Portela 03-21, devido ao cruzamento de alinhamentos de acesso à pista.
- No Montijo apenas a pista 01-19 podia ser compatível com a Portela e esta não podia ser prolongada, sob pena de grave prejuízo ambiental (refazer canal de navegação, de colisão com grandes aves, proximidade do alinhamento a um sensível polo de indústria química no Barreiro) e reflexos colaterais no Campo de Tiro de Alcochete.
Decisão governamental
Face a estas conclusões do estudo NAER, o Governo decidiu construir o HUB na margem sul no Campo de Tiro de Alcochete, o que obrigava a:
- Construção de uma nova travessia rodoferroviária do Tejo
- Implementação de um shuttle ferroviário (na hipótese da ponte Chelas-Barreiro) para percorrer o trajecto entre o C.T. Alcochete e a Gare do Oriente (55 km de percurso o que é inédito face à concorrência europeia).
Esta enorme distância foi a razão para os autores da proposta C. Tiro proporem como soluções de acessibilidade o túnel ferroviário Beato-Montijo (para colocar Alcochete a 35 km, o limite da razoabilidade competitiva) e a construção de outro túnel rodoviário em Algés-Trafaria.
No entanto, o estado mais avançado dos estudos da ponte Chelas-Barreiro e o menor risco em preço e prazo (comparativamente aos túneis sob o estuário) levou a que, em 2007, se tivesse optado pela ponte + ramal até Alcochete em vez da passagem direta pelo aeroporto avançada pelos autores de C.T. Alcochete.
O porquê da concessionária ANA-Vinci (promotora do actual estudo) não analisar Base Aérea de Alverca:
O facto de, tal como no passado, a Eurocontrol-NAV apenas analisar a pista existente em Alverca (04-22), cujo alinhamento se cruza com o de Portela 03-21, levou a que a base aérea de Alverca fosse excluída por não acrescentar praticamente movimentos à Portela.
A proposta que apresentamos é claramente distinta. Baseia-se na criação de uma nova pista em Alverca paralela à pista principal da Portela, formando assim um par de pistas paralelas independentes (com alinhamentos afastados 4.400m), permitindo, desta forma, um aumento sustentado de movimentos do aeroporto como um todo.